"SAINDO UM POUCO DA ROTA"
As ideias que defendo não são minhas.
Eu as tomei emprestadas de Sócrates, roubei-as de Chesterfield, furtei-as de
Jesus. E se você não gostar das ideias deles, quais seriam as ideias que você
usaria? – DALE CARNEGIE
Hoje, dia 17 de
junho de 2012, 9h. Domingo de sol e chuva aqui em Fortaleza. Casamento
da raposa! E eu sozinha em casa sem nenhum atrativo para um dia de domingo. Não
fui à serra de Palmácia, como costumo fazer e nem programei outro passeio.
Meu digníssimo
foi dar umas voltas, “tomar umas e outras” nessa Fortaleza de Nossa Senhora da
Assunção. Chamou-me, mas faltou-me interesse. Minhas filhas também
saíram a passeio.
Fiqueiem
casa. Sou caseira, gosto de solidão, não solidão de amor, de
saudade, da falta de alguém, mas a solidão do silêncio, da paz de espírito.
Gosto da solidão da curtição, da criação de ideias, de pensamentos frouxos... Sozinha pratico várias atividades prazerosas: leio, escrevo, faço poemas,
prosa... Sozinha faço pintura, artes, limpo minha casa... Com meus pensamentos
frouxos lavo, passo, faço comida, costuro, versejo... Canto!
Na solidão converso melhor com DEUS, oro e agradeço a paz. Acendo velas para São Francisco de Assis, meu protetor espiritual, aromatizo a casa com incensos...
Fiquei
Na solidão converso melhor com DEUS, oro e agradeço a paz. Acendo velas para São Francisco de Assis, meu protetor espiritual, aromatizo a casa com incensos...
Na solidão,
brinco com Nietzsche, meu cão, afago-lhe, faço-lhe cafunés e ele gosta.
Ensino-lhe a se comportar, ele atende e aprende.
Às vezes, muito raramente,
aos domingos, quando não vou à serra ou não saio pra lugar nenhum, tomo umas
três ou quatro latinhas de cerveja em casa mesmo, curtindo o meu rei Roberto Carlos,
ouvindo minhas músicas (“bregas” para minhas filhas) e fico relembrando minha
juventude. Mas hoje não estou com vontade, me encontro triste por um amigo,
problemas de saúde.
É, a solidão é
minha companheira e, curtindo-a, reflito melhor sobre minhas atitudes, minha
vida, meus erros, meus acertos, minhas lutas, minhas vitórias, meus amores...
Na solidão curto
minha amiga Net, meu amigo Facebook, meu estimado amigo Blog. Na solidão
aprendo mais com meu “poderoso” amigo “São Google”... Na solidão nunca estou
só, sou moderna, sou informatizada. (risos).
E hoje,
casamento da raposa, em um domingo de sol e chuva, procurando uma tarefa pra me
entreter, resolvi lavar uns girassóis artificiais que tenho. Lindo arranjo de
canto de sala, um pé de madeira, com doze girassóis abertos e cinco botões
prontos a abrirem-se, entre linda folhagem; arranjo na altura de 1.5 m , que comprei já alguns anos na EMCETUR. Caro não, o cão! Nem turista sou! Mas achei bonito e
comprei.
Fiquei a limpá-los. Tenho mania de
limpeza, gosto de tudo limpo, brilhando. Sou prática, não acumulo tarefas,
portanto, quase não as tenho. Resolvi lavar essas flores para tirar um pouco de poeira
que não saía com o aspirador. Minha casa não tem poeira. Uma amiga já falou:
“Ah, na tua casa não entra poeira!”. E eu ligeira retruquei: “Entra sim, eu é
que as expulso, sem dó dos meus braços!”. Detesto poeira, detesto desordem. Considero-me
organizada. Abra meu guarda-roupa pra ver! Nada fora do lugar! Gaveta disso e
daquilo. No lado do meu marido: gaveta das meias e lenços, gavetas das cuecas,
gavetas das camisetas, gavetas das bermudas... Tudo limpo e cheiroso, sou mãe, sou
esposa, sou mulher, sou amante.
E nem tenho
secretária. Detesto “empregada doméstica”! Não pela profissão, que é digna, mas
pelo que elas já me aprontaram quando eu trabalhava fora e delas precisava, pra “cuidarem”
da minha casa e “cuidarem” das minhas filhas. Hoje estou livre delas, graças a
DEUS e não as quero nem de graça aqui em casa!
E a manhã se alternando, ora chuva, ora sol. Limpei os girassóis com a água da chuva, curtindo esse exuberante fenômeno, curtindo a natureza bela, presente de DEUS. Molhei-me toda! Em seguida veio o sol, astro rei rindo da chuva, com seus raios brilhantes e pouco aquecidos por ser cedo do dia. Um vento frio e gostoso vindo da praia... Pus as flores a secar... Acabou-se a tarefa, tinha que arranjar outra, pensar noutro entretenimento.
E a manhã se alternando, ora chuva, ora sol. Limpei os girassóis com a água da chuva, curtindo esse exuberante fenômeno, curtindo a natureza bela, presente de DEUS. Molhei-me toda! Em seguida veio o sol, astro rei rindo da chuva, com seus raios brilhantes e pouco aquecidos por ser cedo do dia. Um vento frio e gostoso vindo da praia... Pus as flores a secar... Acabou-se a tarefa, tinha que arranjar outra, pensar noutro entretenimento.
Porém... nada
mais pra fazer. A casa estava limpa, as roupas lavadas, engomadas e guardadas, a
comida feita, a louça lavada, o cachorro banhado. E agora, José?
Deu-me vontade,
então, de prosar. Prosar mesmo! Não de prosear, de jogar conversa fora, essa conversa informal, sem
compromisso, esse bater papo pra nada. Também pudera! Cadê meu amigo intelectual, pra gente conversar aqui na net sobre tudo, principalmente sobre Língua Portuguesa?! Nem ele! Então deu-me vontade de prosar, mas de prosar mesmo, escrever, redigir, dissertar...
Teclar e expulsar ideias, criar um texto.
Todavia... Prosar
sobre o quê? Cadê o título? Sem título, sem objetivo algum não há inspiração!
De repente olhei para os girassóis a secar... Estavam lindos! Pareciam novos em
folha! E, num espaço de segundos, uma cena fantástica, inédita no meu quintal!
Um lindo Beija-flor fora atraído por aquelas flores e chegou de mansinho, como
a querer se deliciar do momento, encostando seu bico num girassol, desejoso de
beijar-lhe! Que cena maravilhosa! Fiquei extasiada! Nunca tinha visto de perto
essa linda paisagem natural.
A apenas dois metros de mim, aquele pássaro minúsculo, em carne e osso, pairado no ar, de um azul metálico, brilhante! De súbito, chamejando entre a folhagem dos girassóis e os raios matutinos do astro rei, com suas asinhas lépidas, transparentes, olhar desconfiado, tentou roubar um beijo da flor! De repente fiquei a observar essa tão grande obra de DEUS e saiu-me da voz uma expressão: “Que lindo!”.
Com medo de afugentá-lo, parei onde estava e prendi a respiração. Mas, que pena! O Beija-flor, não encontrando o néctar que procurava, fugiu em disparada! Ali não encontrara o que queria, não encontrara a sua flor, não encontrara jardim. Apenas fora enganado, ilusão ótica! Para mim, uma grande magia, uma cena inédita no meu quintal, um pássaro pairado no ar, numa altura de dois metros, tiritando suas asinhas transparentes na tentativa de amar, de amar sem medida, de sorver o mais puro doce através de um ardente beijo. Essa cena fantástica valeu-me o domingo e o casamento da raposa! Sol e chuva, chuva e sol.
A apenas dois metros de mim, aquele pássaro minúsculo, em carne e osso, pairado no ar, de um azul metálico, brilhante! De súbito, chamejando entre a folhagem dos girassóis e os raios matutinos do astro rei, com suas asinhas lépidas, transparentes, olhar desconfiado, tentou roubar um beijo da flor! De repente fiquei a observar essa tão grande obra de DEUS e saiu-me da voz uma expressão: “Que lindo!”.
Com medo de afugentá-lo, parei onde estava e prendi a respiração. Mas, que pena! O Beija-flor, não encontrando o néctar que procurava, fugiu em disparada! Ali não encontrara o que queria, não encontrara a sua flor, não encontrara jardim. Apenas fora enganado, ilusão ótica! Para mim, uma grande magia, uma cena inédita no meu quintal, um pássaro pairado no ar, numa altura de dois metros, tiritando suas asinhas transparentes na tentativa de amar, de amar sem medida, de sorver o mais puro doce através de um ardente beijo. Essa cena fantástica valeu-me o domingo e o casamento da raposa! Sol e chuva, chuva e sol.
No seu voar
“beija-florístico” senti a inspiração para escrever e assim nasceu essa prosa que me deleitou por alguns minutos e me fez perceber, mais uma vez, que a
felicidade está sempre onde nós estamos, nos gestos inocentes dos pássaros, no
perfume de uma flor, numa palavra amiga, num olhar, num agradecimento, na
simplicidade de um domingo sem sair de casa, nas menores coisas da vida..."As pessoas mais felizes não têm, necessariamente, o melhor de tudo; simplesmente desfrutam, ao máximo, de tudo que está no seu caminho".
Sou feliz, vivo
feliz, porque aceito e assimilo tudo isso como sinônimo de felicidade.
Por
Iolanda
"QUE ADIANTA UM COLIBRI VOAR À LOUCA,
SE NÃO ENCONTRA NO JARDIM A SUA FLOR?!"