quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

POETA DA TERRA DAS PALMEIRAS - HELDER CAMPOS



A HISTÓRIA DE PALMÁCIA 
CONTADA EM CORDEL

Farei aqui um relato
Da história de um lugar
Sua origem e sua vida
De modo peculiar
Retratando em cordel
Pro leitor apreciar.

Por entre vales e montes
E vegetação cerrada
De relevo acidentado
Fauna diversificada
Riachos e cachoeiras
Há uma terra abençoada.

Cheia de elevações
Algumas ressalto agora
BACAMARTE e o  CRUZEIRO
Relaciono aqui na hora
Também a TORRE da LUA
E o CAITITU sem demora.

Falarei de uma estrutura
Grande atração com certeza
A PEDRA DO BACAMARTE
Rocha de encanto e beleza
É sem dúvida um prêmio
Que nos deu a natureza.

Relevo peculiar
É entendimento exato
Já que essa pedra tem
De um seio o formato
Até dizem os turistas
Que isso é realmente um fato.

A origem desse nome
Vem da arma que era usada
Para a caça do jacu
Ave muito encontrada
Espingarda bem antiga
Com uma forma engraçada.

A serra TORRE DA LUA
É um belo atrativo
Agrada aos que vêm de fora
Também a quem é nativo
Grata visão com certeza
E de formato exclusivo

Essa designação
Pra vocês eu vou contar
É devido à posição
Onde essa torre está
Seu local é simplesmente
Onde se vê o luar.

Entre essas duas serras
Destacarei um lugar
Falo do SANTO CRUZEIRO
Ponto de clima exemplar
É no SERROTE DO MEIO
Que o iremos encontrar.

Tem história esse espaço
Palco das Santas missões
Quando padres holandeses
Vindos de outros rincões
Propuseram incutir
Nosso Deus nos corações.

Por conta de tal evento
Uma cruz seria erguida
Cabendo à população
A madeira preferida
Uma grande aroeira
Já tinha sido escolhida

No caminho da subida
Daquele solo sagrado
Quatorze estações fizeram
Consagrando o Cristo amado
Que enfrentou sofrimento
A que fora destinado.

Cada colunas daquelas
Uma família ilustrava
Gentil e bela homenagem
Nossa diocese dava
Assim a ajuda recebida
A igreja recompensava.

Por muitos e muitos anos
Essa cruz abençoou
O povo da nossa terra
Mas uma dia isso acabou
Pois um raio grandioso
Facilmente a derrubou.

E ainda um incêndio
Terminou aquela glória
Vindo lá de um roçado
Acabou com a trajetória
Destruindo o que restava
Encerrando aquela história.

No entanto outro CRUZEIRO
A cidade recebeu
Obra do Terço dos Homens
Nova cruz nos concedeu
Atitude bem louvável
Que o povo mereceu.

Das cachoeiras eu falo
Nelas vejo o seu valor
Suas águas cristalinas
Cheias de muito frescor
Tomar banho nessas águas
Só nos enche de vigor.

CACHOEIRA DO CHUVISCO
E do CAFUNDÓ também
E o POÇO DOS CACHORROS
Nossa bela terra tem
Não gostar desse lugar
Duvido existir alguém.

É chamada de CHUVISCO
Sua nomenclatura exata
Fica no Gado dos Ferros
Essa primeira cascata
É um banho fabuloso
Lá bem no meio da mata.

Já o POÇO DOS CACHORROS
Também devo ressaltar
Uma bela cachoeira
Iremos localizar
Localizado na BICA
Delicioso lugar.

Do CAFUNDÓ falarei
Um outro banho decente
Belíssima cachoeira
Pois enche os olhos da gente
Ver aquela queda d'água
De qualidade excelente.

Outro espaço natural
Que tanto eu aproveitei
Foi na inesquecível LAJES
Onde feliz eu fiquei
Ia com os meus amigos
Sentia-me como um rei.

Era do Seu Manassés
Esse banho tão gostoso
Bem pros lados das Contendas
Um sítio maravilhoso
Lembro com certeza disso
O que me deixa saudoso.

É assim nossa PALMÁCIA
Recanto dos palmeirais
O meu rincão com certeza
Também dos meus ancestrais
Cheio de encantos mil
E belezas naturais.

Vou começar recordando
Como se iniciou tudo
Baseado em pesquisas
E também muito estudo
Para poder repassar
Um saudável conteúdo

Nosso amado município
De sesmarias formado
Enorme loteamento
Pelo rei presenteado
Quando o Brasil era ainda
Um gigantesco reinado

Naquela longínqua época
Só se usava o animal
Jumento, cavalo e burro
Era o transporte ideal
Não havia melhor jeito
De chegar à capital.

No século dezenove
Esse fato aconteceu
Na seca de vinte e cinco
É que PALMÁCIA nasceu
De lá pra cá muitas glórias
O município viveu.

Tropeiros e comboieiros
Habitantes da região
Exploradores das matas
Das serras e do sertão
Naquela zona andavam 
Desbravando aquele chão.

O motivo aparente
Para aquela empreitada
Era a água de uma fonte
Por eles localizada
Deixando esses condutores
Com sua sede saciada.

BICA é como é conhecida
Aquele manancial
Água pura e cristalina
De pureza magistral
Até hoje essa fonte
Tem um valor sem igual.

E Francisco de Queiroz
Dos Campos o embrião
Junto com sua família
Foi morar na região
Ao receber como herança
Grande pedaço de chão.

Joaquim de Almeida Sampaio
Outro ilustre morador
Veio com os familiares
Prum futuro promissor
Esse homem com certeza
Era idealizador.

Esses ramos de família
Muito amigos se tornaram
E em pouquíssimo tempo
Parentescos misturaram
E casando uns com os outros
Muitos herdeiros criaram.

Foram essas as linhagens
Formadoras do povoado
Os SAMPAIO e os QUEIROZ
Famílias do nosso Estado
Tendo o nome de ARRAIAL
DAS PALMEIRAS batizado.

Nas encostas do Maciço
De Baturité chamado
Pertencente a Maranguape
Montou-se um aglomerado
De pequenas moradias
E de formato acanhado

Houve uma sugestão
Pra chamar o arraial
Nome que não aceitaram
Propuseram PINDOBAL
Só que o povo do lugar
Não forneceu seu aval.

Devo referir-me a um nome
Que era muito conhecido
De PALMEIRAS DOS QUEIROZ
Falo com muito sentido
Dada à família existente
Naquele solo querido.

Só que essa nomenclatura
Não era a definitiva
Então o nome de PALMÁCIA
Agradou de forma ativa
Atendendo a contento
Do povo a expectativa.

Porém devo ressaltar
Que essa escrita é errada
Pois a grafia PALMÁCIA
Foi de fato deturpada
O correto é PALMÁCEA
A forma a ser usada.

Da família das palmeiras
PALMÁCEA é originada
Árvores muito comuns
Nem precisam ser plantadas
Vigorosas e bem altas
São na cidade encontradas.

Faz cinquenta e cinco anos
Que PALMÁCIA é emancipada
Pertencia a Maranguape
Nossa terrinha adorada
Mas só em cinquenta e sete
sua autonomia foi dada.

Os anos foram passando
E o município crescendo
Todos se organizando
Também se desenvolvendo
Plantações e pecuária
Tudo o povo ia aprendendo.

E com esse crescimento
Ergueram uma capela
Tendo o Monsenhor Custódio
Construído parte dela
Depois Monsenhor Tabosa
Dedicou-se muito a ela.

E pra nosso padroeiro
São Francisco o escolhido
O santo dos pobrezinhos
Por todos muito querido
Venerado desde então
Do mais rico ao mais sofrido.

Edificaram-se casas
Ao redor desse oratório
Mesmo sendo bem pequeno
De fato muito simplório
Mas para a população
Era um problema irrisório.

A nossa igreja foi
Realmente inaugurada
Somente em quarenta e três
Pelo bispo efetivada
Deixando de ser capela
Para matriz consagrada.

Crescendo então o lugar
Havia a necessidade
De fazer algumas reformas
Construções pela cidade
Atendendo aos anseios
Daquela sociedade.

Um pequeno cemitério
Foi logo inaugurado
Instalaram o Campo Santo
Onde hoje é o mercado
Num período em que a cólera
Devastava todo o Estado.

O cemitério seria
Necessário interditar
Não havia condição
De mais ninguém sepultar
Correria certo risco
De a terra contaminar.

José Ildefonso Campos
Deu uma contribuição
Fez doação de umas terras
Uma importante ação
Pra novo Campo Sagrado
Necessária construção.

Outra obra importante
Que existe na cidade
É uma antiga barragem
De pouca capacidade
AÇUDE DA COMISSÃO
Essa é sua identidade.

Feito por Pedro II
Durante o seu reinado
Três anos após o início
Deram-lhe por terminado
Obra muito importante
Fato muito celerado.

A palavra COMISSÃO
Pra essa barragem dada
Era uma equipe científica
Pelo imperador formada
Pra construir o açude
De maneira organizada.

E mais outros três açudes
Temos nessa região
BOTIJA, BU e ÁGUA VERDE
Eis a denominação
Dada a essas barragens 
Presentes em nossa chão.

O acesso pela serra
Antes era de amargar
Demorava-se dois dias
À Fortaleza chegar
Sendo preciso, portanto
Esse cenário mudar.

A produção do café
Tornara-se muito forte
Os barões cafeicultores
Precisavam do suporte
Do governo do Estado
Pra lhes darem esse aporte.

E assim fizeram a obra
Construção reivindicada
E no ano vinte e dois
Mesmo sem estar terminada
O primeiro automóvel
Inaugurava a estrada.

Mas até cinquenta e oito
Problemas apareciam
Enormes deslizamentos
No acesso aconteciam
E devido aos acidentes
Muitas pessoas morriam.

Só mesmo em dois mil e doze
Dessa estrada como um todo
Também novo asfaltamento
É que o serrano ficou
Cheio de contentamento.

Um fato bem pitoresco
Dos anais da nossa história
É o BICHO DA ÁGUA VERDE
Bem presentes na memória
É um dos casos mais marcantes
Dessa nossa trajetória.

Em meados de sessenta
Na região da Baixada
No AÇUDE ÁGUA VERDE
Uma história foi criada
Diziam que lá morava
Uma fera inusitada.

Um animal pré-histórico
Todos na serra falaram
Um monstro de feio aspecto
Certamente acreditaram
A crença só acabou
Quando a verdade encontraram.

Era mesmo um JACARÉ
O tal bicho tão famoso
Morto por atiradores
Deixou de ser perigoso
Posto na delegacia
Foi visual assombroso.

Aproveitando a histeria
Que esse animal provocou
Uma marca de aguardente
Um empresário criou
Então BICHO DA ÁGUA VERDE
O nome ele colocou.

Naquela terra serrana
O forte é a agricultura
Com destaque na banana
Inestimável cultura
Sem esquecer do arroz
Que é colhido com fartura.

Mas não é apenas isso
Que eles vivem a cultivar
Pois o milho no inverno
Cresce de modo exemplar
E o feijão bem como a fava
Nunca deixam de plantar.

Nosso povo de PALMÁCIA
É realmente animado
O Carnaval eu lhes digo
Já se tornou consagrado
O Xamegão nem se fala
Deixa o povo extasiado.

No São João temos Quadrilha
Festa muito divertida
Além do mais a Quermesse
Pela igreja promovida
Quando barracas e o parque
Torna a praça concorrida.

Em dois distritos e a sede
PALMÁCIA foi dividida
Desmembrar o município
Era a melhor saída
Pra tentar administrar
Dando ao povo melhor vida.

Chama-se Gado dos Ferros
O Distrito principal
E o Gado dos Rodrigues
Outro de importância igual
Somados à sede fazem
O rol populacional.

Sobre a sede eu disserto
Com muita propriedade
Relacionando os bairros
Existentes na cidade
que são num total de seis
É nossa realidade.

Basílio e Novo Basílio
Falo logo de antemão
O Centro e a Vila Campos
São de forte atuação
Pinga e Vale das Palmeiras
Completam a relação.

Eu não posso me furtar
De um tema especial
Que é referir-me aos colégios
Da minha terra natal
Que durante muitos anos
Deu-nos cultura ideal.

ESCOLA MARIA AMÉLIA
Antigo GRUPO ESCOLAR
Sinto um aperto no peito
Melancolia ao lembrar
Era um prazer magnífico
Naquela escola estudar.

Falo no ILDEFONSO CAMPOS
De influência muito forte
É o antigo  GRUPO NOVO
Que antes era suporte
Pra ESCOLA MARIA AMÉLIA
Hoje tem seu próprio norte.

Pra concluir essa assunto
De um colégio falarei
É o MONSENHOR CUSTÓDIO
Onde outrora estudei
Hoje ele não mais existe
Mas jamais o esquecerei.

Atualmente uma escola
De ensino fundamental
Utiliza o mesmo nome
Do CENTRO EDUCACIONAL
Que nos deu imensas glórias
Num passado sem igual.

Hoje em dia a PREFEITURA
Funciona no local
(Onde era o antigo prédio
Foi mudança radical
De um centro de ensino
Pra PAÇO MUNICIPAL.

Como em todas as cidades
Tivemos vários prefeitos
Na verdade mais de dez
De forma correta eleitos
Uns não agradando ao povo
Outros de notáveis feitos.

Já que a função desta obra
É de PALMÁCIA falar
Seu passado e sua história
Quis sempre me reportar
Mas os nomes dos políticos
Eu prefiro ocultar.

Pois se assim não o fizesse
Muito iria me alongar
Referindo-me a eles
De modo peculiar
Destacando o que fizeram
 Para os evidenciar.

Encerro este trabalho
Agradecendo a quem leu
Procurei mostrar em fatos
Como tudo aconteceu
Nessa inesquecível terra
Desde que ela nasceu.

(Helder Campos - 01/01/2013 - Fortaleza/CE)






















































terça-feira, 8 de janeiro de 2013

CARNAVAL DE OUTRORA





CARNAVAL DE OUTRORA

Magia de um tempo
ditoso
gostoso

Confetes coloridos de saudades
lépidas
cálidas

Pedacinhos coloridos que ficaram 
grudados
agarrados

Serpentinas lançadas ao amor
adolescente
inocente 

Colombina mascarada em desejos
ardentes
candentes

Arlequim que ficou na lembrança
radiante
confiante

Pierrot solitário em paixão
deprimida
esmagada

E a quarta-feira de cinzas que
raiou
acabou.

Por
Iolanda

(08/01/2013)