INFÂNCIA
Minha mente volta ao passado
E entro no túnel do tempo:
A casa grande
A cozinha
O fogão a lenha
Os batentes
O subterrâneo
O quintal
A vaca Bordada...
Madinha prepara a comida
Papai saindo para o sítio
Mamãe na máquina a coser.
Subo os batentes e entro na sala
Vislumbro a praça
Onde eu brincava
Menina cabreira
Corria, pulava
Amava, sonhava
Sem rugas na fronte
Sem mágoas no peito.
As imagens dos irmãos me vêm à mente:
Dodô
Lúcia
Socorro
Benjamim
Alice
Joana
Elizabeth
Como posso esquecer de algum?!
A igreja, o catecismo, a Cruzadinha, as quermesses.
A escola, a palmatória, a tabuada, as redações.
O sítio, o olho d’água, a barragem, os banhos.
A radiadora, os paqueras, as paixões, os amigos.
O clube, a dança, o aconchego, o amor.
O correr descalça brincando na chuva
O deleitar-me nas biqueiras da igreja.
O pular de corda na praça
O jogar bila, ping pong
O brincar de pedra, de pega ladrão.
A bênção vovô,
A bênção vovó
Me dê um cruzeiro
Pra comprar pirulito
Pra comprar colchão de noiva.
Menina está na hora
Na hora de ir pra casa
A luz já vai apagar!
O tempo passou
A casa grande só vive vazia
A praça é outra
Papai partiu para outra morada
E hoje estou
Sem graça
Sem rumo
Sem prazer
Sem guarida
Com tudo e com nada.
O que eu mais queria
O tempo levou
E deixou o passado viver no presente
Através das lembranças
Lembranças sublimes.
Por
Iolanda
(05/01/2013)
Nenhum comentário:
Postar um comentário