quinta-feira, 29 de março de 2012


A "RADIADORA" DO "ZÉ" PINHEIRO
OU
PALMÁCIA DOS ANOS 60




“Alô Bacana!” Era esse o grito de guerra
Do locutor imortal da “radiadora”
Nos meus tempos de criança, lá na minha terra,
Vida feliz e muito sedutora.

Na “radiadora” do “Seu” “Zé” Pinheiro
Na voz do “Zé” Rodrigues inesquecível,
A enviar mensagem e recado bem ligeiro,
A mando do “paquera” invisível...

...Conseguia-se até namoro impossível
Naquelas belas mensagens pela “radiadora”,
Quando uma filha de latifundiário, por incrível,
Queria namorar com o filho de uma pastora!

Na “radiadora” as músicas que tocavam
Eram as da “Jovem Guarda” e as melodias bregas.
Ao acompanhá-las, na avenida, as garotas ensaiavam
A dança do iê iê iê nas suas saias de pregas.

Uma música brega, do meu cotidiano
Nunca se apagou, ficou-me na memória
                                                Tocava toda noite: Valdick Soriano                                               
No auge do sucesso, no seu tempo de glória.

Era essa a música: “Eu não sou cachorro, não”,
Que toda noite se ouvia várias vezes na avenida,
Apertando o peito e cortando o coração
De muitos jovens que sofriam do amor a despedida.

Por
Iolanda

Poema extraído do livro
"Minha Palmácia de Ontem"

EU NÃO SOU CACHORRO, NÃO

PAIXÃO DE UM HOMEM

ESCREVA UMA CARTA MEU AMOR


OBRIGADO, QUERIDA


A VOZ DO POVO É A VOZ DE DEUS


O MOÇO POBRE


EU TAMBÉM EXISTO

PERFUME DE GARDÊNIA

ESSA NOITE EU QUERIA QUE O MUNDO ACABASSE



TU ÉS O MAIOR AMOR DA MINHA VIDA



QUEM EU QUERO NÃO ME QUER

TENHO CIÚME DE TUDO

ENTRE ESPUMAS



NUNCA MAIS BRIGAREI CONTIGO



NÃO TOQUE ESSA MÚSICA



PERDOA-ME PELO BEM QUE EU TE QUERO


3 comentários:

  1. Lembro bem do Zé Rodrigues (O Bacana) falando na radiadora, Iolanda. Parece até que estou ouvindo ele dizer: - E agora, com Roberto Müller, ENTRE ESPUMAS. (Ele falava Muller, usando a letra U, sem a função do hoje extinto trema). Excelente recordação essa tua, conterrânea. Um abraço.

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    1. É, Helder, o “Zé” Rodrigues animava nossas noites e enfeitava nossos sonhos de amor. Ao ouvir essas músicas bregas, mas sentimentais, fecho meus olhos e me vejo, ora menina, ora adolescente, em Palmácia, naquela Palmácia dos anos 60.
      Quando menina, rodando na ola gigante, embalada pelas músicas da “radiadora”. Quando adolescente, volteando na praça, que chamamos ainda hoje de “avenida”, recebendo mensagens de paqueras pela “radiadora”. Essa música, Paixão de um Homem: “Amigo, por favor leve essa carta e entregue àquela ingrata e diga como estou...” mexe muito com meus sentimentos. Naquele tempo nada de internet, nada de email! Eram os correios nossos confidentes ou as cartas eram entregues “em mãos”! E como eu gostava de escrever cartas de amor! Escrevia, mas não mandava... Vergonha adolescente! E como eu era solicitada pelas amigas para escrever essas cartas... Saudades!
      Do “Zé” Rodrigues lembro também quando dizia: “Auto Viação Pinheiro – Segurança para quem parte e tranquilidade para quem fica!” (risos).
      Na fase áurea da nossa juventude tudo são flores, tudo é esplender. E só restaram as saudades...

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    2. Senhora Iolanda e se nós compararmos àquela época com suas músicas, inocencia, harmonia da sociedade e etc com o cenario de hoje, músicas com letra como: aí se eu te pego, a dança do créu, segura o than, a dança da garrafa, os funks pornograficos que colocam as mulheres como objeto e ainda por cima chamam de cachorra? esta sociedade não causa uma sensação de repugnancia? é dona Iolanda parece que a sociedade esta se degenerando descendo(ja desceu) na lama da imoralidade. a esperança pra essa sociedade é só JESUS.
      Dona Iolanda fica na paz.

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