A PORTA DO PECADO
Quem é da minha era de criança,
Lá de Palmácia, nossa terra natal,
Com certeza guarda na lembrança
Uma porta de mistério sem igual.
Era chamada a " Porta do Pecado",
Criança nenhuma podia lá sentar.
Um episódio em mim ficou gravado
E irei, de fato, agora mesmo relatar:
Um dia ao sairmos da Igreja,
De coração limpo a gente se sentou,
Sem querer, naquela porta, ora veja
O grande alvoroço que nos aprontou...
...Uma colega da turma ao dizer
Que ali já estávamos pecando,
Quando tínhamos acabado de rever
O Nosso Deus, ao padre confessando...
...Nossos pecados simples, de criança,
Aos pés do altar, no confessionário.
E todas rezado, na grande esperança
De sermos perdoadas naquele horário.
Quando nos tocamos da verdade, então,
Que aquela porta tinha atrapalhado
Aquela nossa grande confissão
E que a nós todas tinha malogrado...
...Saímos, assim, a correr para a Igreja,
Atropeladas, por cima do povo.
E lá ficamos naquela peleja,
A rezar muitas orações de novo...
...Pedindo a Deus e a todos os santos,
Que nos livrassem daquele pecado,
Que tirassem de nós os desencantos
De termos naquela porta sentado.
A “Du” do “véi” Berto era quem mais pecava
Em seus namoros agarrados lá naquela porta.
Mas quando em nossa turma ela se entrosava
A gente aceitava, enfim, aquela amiga “torta”.
Se você não se lembra, meu amigo,
Da " Porta do Pecado", daquele grande fuxico
De namoros agarrados, aqui e agora eu lhe digo:
Era lá na porta da casa do vovô Michico.
Por
Iolanda
Poema extraído do livro
"Minha Palmácia de Ontem"
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