terça-feira, 16 de agosto de 2011


A DEFUNTADA NA PINDOBA


Papai contava que quando jovem era mezinheiro, ou seja, “médico das ervas”. Kkkkkkk...
Ele dizia que fazia e aplicava mezinhas, que são remédios caseiros feitos com raízes medicinais (Mas não acreditem! Era brincadeira dele!). kkkkkk...
Ele ressaltava que era tão acreditado como “médico das ervas” que quando morria uma pessoa em Palmácia ou em seus arredores, mandavam chamá-lo para que ele desse o veredicto final ou que, caso contrário, salvasse quem estava morrendo. Era ele a única pessoa de confiança para dizer se o doente tinha ou não “batido as caçoletas”. Kkkkkkk...
Certa feita, aconteceu que ele foi chamado à localidade do Sítio Pindoba (nome também inventado por ele), para o enterro de uma pessoa muito influente, a senhora da casa. Chegando lá, logo na “porteira”, “Seu” Renato sentiu o mau cheiro... Mas presenciou também que a animação era grande... Fogueira acessa no terreiro...  Moças bonitas... “briosos” vistosos e comida farta...
Viu que seria uma boa noitada, tudo contribuindo para uma “ponta de namoro”. E com pouco tempo, ele “já arranjado com as meninas”, resolveu usar da sua confiança de mezinheiro e “esticar” aquele velório. Para tal teve a ideia de verificar de 10 em 10 minutos o pulso da difunta.  Sua estratégia era assim: chegava perto do caixão, segurava a “munheca” da difunta e dizia com toda a convicção:
- “Se o espírito não me engana ainda escuto o pulso bater”! 
Diante de tal afirmação o velório continuava... Café com bolo era servido... A fogueira era atiçada...
E a “difuntada” durou bem mais do que 24 horas.
Em meio a uma “defuntada” tão “esticada”, o marido da difunta, já preocupado, não deixou completar mais um intervalo de 10 minutos e logo chamou o mezinheiro,  perguntando:
- “Seu” Renato, será que o pulso ainda está batendo?
Papai foi lá no caixão, pegou no pulso da difunta e disse:
- O pulso da difunta ainda bate! É melhor esperar! Kkkkkkkk...
E a animação continuou.
Já pelas tantas, o marido, muito preocupado, mas confiante no mezinheiro, pediu novamente:
- “Seu” Renato, veja se o pulso ainda está batendo!
E papai, todo dono da situação, foi ao lado do caixão, segurou a “munheca” da difunta com todo o cuidado, porque “já sentia a couro largando” e falou:
- Agora não bate mais, podemos tocar o enterro pra frente! Kkkkkkkkkkkk...

E ELE CONTAVA QUE ESSA “DEFUNTADA” FICOU BASTANTE CONHECIDA POR TER SIDO ACOMPANHADA POR MUITA GENTE, MUITO CHORO E MUITO URUBUS. KKKKKKKK...

Por
Iolanda

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