MEU PAI HERÓI
Meu querido pai foi o melhor do mundo,
Aos filhos nunca nada nos deixou faltar.
Lutou para ver-nos formados e, bem a fundo,
Agradecia a Deus, confiante, a Ele a orar.
Meu pai, minha vida, o senhor Renato Andrade,
Meu herói, meu espelho, meu grande benfeitor.
Sabia toda a história da nossa cidade,
Ele era um verdadeiro e nato historiador.
Também as vidas de Patativa, de Antonio Conselheiro,
De Padre Cícero e de Virgulino Lampião,
Papai contava prazeroso, sem fazer rodeio,
Ele as conhecia como a palma da sua mão.
Homem politizado, benquisto na cidade,
Amigo do povo, do velho à criança.
De tudo isso hoje eu sinto a saudade,
Foi um grande homem! Profunda lembrança.
Amigo do povo, do velho à criança.
De tudo isso hoje eu sinto a saudade,
Foi um grande homem! Profunda lembrança.
Das propriedades das colheitas a saudade fala
Dos roçados que meu pai plantava,
Lembro-me das sacas de arroz na sala
Que até ao teto se "acumulava".
Naquelas sacas de arroz brincávamos
De tudo o quanto se podia imaginar.
E quando das brincadeiras acabávamos
Íamos pras sacas para estudar
Fazia todos os deveres da escola a meninada:
Questionários, tabuadas, tudo a “decorar”.
E de fartura eu sentia, muito admirada,
O meu lápis quase nas telhas a encostar.
Da sapataria e da grande “bodega”
Que meu pai possuía naquela era,
Tenho lembrança! A saudade me pega!
Da minha linda e ditosa primavera!
Lembro-me do papai na sapataria
A fazer sapatos, “alpercatas”, selas e arreios!
Daquele artesão que ele foi um dia
Conservava ainda grandes devaneios.
E do Cartório do Registro Civil
Em que papai era tabelião,
Guardo recordação de um ser varonil
E de quão grande a sua dedicação!
Do Sítio “Cabocos”! Oh! Quanta saudade!
Do papai sempre pronto a nos alimentar
Com água de coco, cana, jaca, manga,
Todo tipo de fruta a nos presentear.
E aquela barragem lá do sítio, por direito,
Era o nosso mar, a nossa diversão.
Quando tento me lembrar sinto no peito
Uma saudade que bate o coração.
A bica da barragem também dá saudade,
Quando íamos pra lá na primavera
Da nossa vida cheia bondade,
Do nosso viver cheio de quimera.
O sítio, a bica, os divertimentos
Na casa dos “Cabocos” e tudo, enfim,
Estão vivos em meus pensamentos,
Essa saudade está doendo em mim!
Na casa dos “Cabocos” e tudo, enfim,
Estão vivos em meus pensamentos,
Essa saudade está doendo em mim!
Do papai eu sentia em tudo a presença,
A nos vigiar de um modo abstrato.
O que sou hoje devo-lhe e digo-lhe a sentença:
“Obrigada por tudo, ‘Seu’ Renato!”
Por
Iolanda
Por
Iolanda
Esta poesia faz parte da coletânea de poemas do livro
"Minha Palmácia de Ontem".
UMA HOMENAGEM SINGELA AO MEU HERÓI.
14/11/2011 - Este será o primeiro "Dia dos Pais" que passarei sem o meu velhinho...
UMA HOMENAGEM SINGELA AO MEU HERÓI.
14/11/2011 - Este será o primeiro "Dia dos Pais" que passarei sem o meu velhinho...
Parabéns, Yolanda, pelo Blog e pelo seu talento para a Poesia. Fiquei emocionado com o poema sobre teu pai. Um grande abraço.
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