POR QUE O DIA 26 DE JULHO É O “DIA DOS AVÓS”?
Com essa pergunta em minha mente e sem nenhuma resposta precisa, recorri à minha amiga internet e fiquei conhecedora de que esse dia foi escolhido para comemorar o “Dia dos Avós” porque é o dia de Santa Ana e São Joaquim, avós de Jesus e pais de Maria Santíssima.
Segundo a pesquisa: Século I a.C. - "Conta a história que Ana e seu marido, Joaquim, viviam em Nazaré e não tinham filhos, mas sempre rezavam pedindo que o Senhor lhes enviasse uma criança. Apesar da idade avançada do casal, um anjo do Senhor apareceu e comunicou que Ana estava grávida, e eles tiveram a graça de ter uma menina abençoada a quem batizaram de Maria. Santa Ana morreu quando a menina tinha apenas 3 anos. Devido à sua história, Santa Ana é considerada a padroeira das mulheres grávidas e dos que desejam ter filhos. Maria cresceu conhecendo e amando a Deus e foi por Ele a escolhida para ser Mãe de Seu Filho. São Joaquim e Santa Ana são os padroeiros dos avós.”
Estou um pouco indecisa se posto ou não uma poesia que também publiquei no meu livro, "Minha Palmácia de Ontem", para a minha bisavó materna, pois ela também foi avó. Pronto! Resolvi postar. Vejam que mulher guerreira!
MINHA BISAVÓ GUERREIRA
Sebastiana Sales Guimarães,
Minha bisavó que eu pouco conheci,
Foi mãe de Palmácia, de todas as mães,
A mãe Neném chamada, sua fama eu vivi.
Parteira competente, senhora dedicada,
Mulher de boa conduta, de enorme coração.
Uma grande missão, por Deus determinada
Exerceu mãe Neném naquela região.
Chegou em Palmácia, na época, então, Palmeiras,
Junto ao seu esposo, o Major Salu chamado.
Foi morar no Sítio Bica, entre as bananeiras
E a perene fonte, num lugar aconchegado.
Veio de outra cidade esse casal, então morar
Em Palmeiras dos Queirós, vindo ali de Pentecoste.
E lá ficaram os dois, no trabalho a labutar,
Criaram os sete filhos e lhes deram muito dote.
Salustiano Ribeiro Guimarães,
Meu bisavô que eu não alcancei,
Era o esposo dedicado da senhora mãe das mães,
Homem honrado, suas lutas eu bem sei.
Mãe Neném, parteira, de coração aberto,
Trabalho voluntário de “pegar menino”,
Missão por Deus mandada, bem de fato certo,
Dela um grande dom, um verdadeiro tino.
Ela era a mãe Neném e ele era o pai Salu,
Os pais de toda Palmácia, pela consideração
Dos trabalhos voluntários pra nós, pra ele e pra tu
Que exercia a senhora, sem querer nenhum tostão.
Sua fama correu longe, por toda aquela paragem,
Confiança ela inspirava demais nas parturientes.
Mulher muito habilidosa, de dócil e bela imagem,
Uma senhora corajosa e de gestos inocentes.
Na sua sublime missão, viajava em animal
Ou atravessava a nado os rios da nossa terra.
Para atender um chamado, fazer um parto normal,
Seria capaz de subir os montes da nossa serra.
No começo era só “prática”, depois tirou o diploma
Na cidade de Fortaleza, vizinha à nossa terra.
Ficou sendo uma parteira melhor que todas de Roma,
Pois sua garra aumentava e em sua alma tudo “encerra”.
As pessoas iam buscá-la, na sua casa a qualquer hora,
Fosse de dia ou de noite, isso menos importava.
Ela arrumava as malas, ligeira e sem demora
Selava o cavalo branco, nas estradas cavalgava.
Às vezes passava um dia ou dez dias a esperar
Pelos trabalhos de parto, confiança alimentando.
Na dita casa dormia e na sua a resmungar
Ficava o seu marido, saudade se prolongando.
Major Salu bem dizia e com bastante razão
Que não tinha mais esposa, ela o havia trocado
Pela vida de parteira, que com garra e paixão
Labutava noite e dia, cavalgando um bom bocado.
Em cada parto que fazia, mãe Neném acumulava
Afilhados e compadres na imensa região.
Pelo rico e pelo pobre, por todos se engajava,
Atendendo seus pedidos, sem lhes cobrar um tostão.
Nunca se ouviu dizer que de parto houve morte
Nas suas mãos dadivosas, no seu cuidado extremo.
Quando o caso era difícil, de fato, de pouca sorte,
Mandava pra Maranguape e entregava a Deus Supremo.
As parturientes pobres, mãe Neném ainda amparava
Com a compra de remédio e de alimentação.
O transporte a Maranguape, ligeiro também pagava,
Ela, sem sombra de dúvidas, tinha um grande coração.
Nessa vida voluntária trabalhou 50 anos,
Lutando por toda a serra, na pura dedicação.
Das famílias de Palmácia tirou muitos desenganos
E levou muita alegria, na força da união.
Os compadres e as comadres lhe tinham grande respeito,
Os afilhados e amigos, os conterrâneos também.
Ela era bem querida, pois disso tinha direito,
Pela sua caridade, de viver fazendo o bem.
Morreu velhinha, eu me lembro, minha avó chorava tanto!
Pela perda de sua mãe: Sebastiana Guimarães.
Os afilhados e as comadres derramaram muito pranto
Pela ida da senhora, da mãe de todas as mães.
A mãe de todas as mães foi viver na plenitude
Com a verdadeira Mãe das mães de toda a humanidade.
Lá ela vive feliz, graças à solicitude
Que praticava aqui na Terra, com toda a sinceridade.
Pai Salu e mãe Neném construíram outra família
No Céu, com Nosso Senhor, na doce afinidade.
E do Além a contemplar, eles ficam em vigília,
Seus filhos lá de Palmácia que deixaram na orfandade.
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