MINHA PALMÁCIA DE ONTEM

Sou um pouco poetisa, vivo a sonhar pelos cantos, a rimar aqui e ali... Talvez por apreciar tanto a beleza, a criação e a Deus em todo louvor, esse dom surgiu em mim... Às vezes me enfado, sinto que me falta algo, procuro por toda parte e um vazio me invade a alma... Sinto que fico nostálgica, buscando não sei o quê. Até mesmo me aborreço, me transformo, não me aceito, ofendo alguém sem querer... A comida sai sem gosto, pois, por mais que eu me dedique, meu dom não é cozinhar... Meu marido não reclama, come assim e come assado, porque conhece quem sou, sabe bem o que me alegra, compra-me um livro, um agrado, um romance, um amor!  Nem mesmo isso preenche o vazio em minha alma... De repente um estalo, a busca, a inspiração... Volto ao tempo de criança, de jovem, de esperança e relembro o que passei naqueles pastos floridos, naquela serra distante... Minha veia se dilata, surge um nome, uma lembrança, um fato, a recordação... Nesse momento me agarro nas asas da imaginação e livremente então viajo em busca da poesia... Uma frase, outra além, de repente vem um verso, uma estrofe, um poema... Transpiro só emoção e ligeiro me transformo, me encontro, me aceito, estou livre pra sonhar e os versos registrar...

Foi assim, de verso em verso, que fiz esta coletânea, “MINHA PALMÁCIA DE ONTEM”, inspirada no amor, na tristeza e na alegria, no mundo da fantasia, de ter vivido um passado de sonhos e benquerenças, realidade e bonança, naquele recanto belo, no aconchego da família, dos amigos, dos afetos...

Com o pensamento entre pássaros, cachoeiras, primaveras, vales, flores e saudades escrevi estes poemas que falam dos meus amores, minha vida, meu passado... Nas palavras, então, buscando recordações e saudades, voltando ao viver intenso de quando eu corria na praça, nos sítios, naquelas serras, criança matreira à beça, saltitando alegremente ou flutuando de emoção como um anjinho alado.   

Por

Iolanda