MESTRE VICENTE SAMPAIO

UM BOM PROFESSOR

Todo ex-aluno teve professores que ficaram na sua memória. Eu tive dois: minha primeira educadora, professora Eunice Leite de Carvalho, que me fez desvendar os mistérios da leitura e o professor Vicente Sampaio, com o qual estudei Língua Portuguesa da 5ª a 8ª Série Ginasial, em Palmácia, no Ginásio Monsehor Custódio. O saudoso professor Vicente Sampaio me incentivou à prática da  leitura, à interpretação, bem como à importância do uso correto de regras gramaticais e ortográficas. Esses dois professores foram fundamentais para o meu crescimento intelectual e a eles agradeço de bom coração.

A base de toda conquista é o professor.
A fonte da sabedoria, um bom professor.
Em cada descoberta, cada invenção.
Todo bom começo tem um bom professor.

O saudoso professor Vicente Sampaio tinha um jeito peculiar de ensinar a nossa Língua Portuguesa! Tudo que ele me ensinou foi de uma maneira diferente. Ele não se prendia a regras pré-estabelecidas nos livros, mas dava exemplos práticos que ficaram em nossa memória.

No trilho de uma ferrovia, um bom professor.
No bisturi da cirurgia, um bom professor.
No tijolo da olaria, no arranque do motor.
Tudo que se cria tem um bom professor.

Em cada erro nosso ele procurava corrigir dando um exemplo prático para que não tornássemos a errar. Lembro-me que uma vez entreguei-lhe uma redação em que coloquei a palavra treze com s (trese). Então ele me disse que era com z e eu falei que escrevi com s porque tinha tomado por base a regra de que o s entre duas vogais tem o som de z. Então ele me falou que toda regra tem exceção e que toda vez que eu fosse escrever o nome de um numeral que tivesse som de z eu escrevesse com z, porque todos os numerais que tinham som de z em seus nomes eram realmente escritos com z. Era assim que ele ensinava! E toda vez que escrevo o nome de um numeral me lembro disso.

No sonho que se realiza, um bom professor.
Cada nova ideia tem um professor.
O que se aprende e o que se ensina, um professor.
Uma lição de vida, uma lição de amor.

Uma vez ele estava devolvendo, na sala de aula, na 6ª Série Ginasial, as correções das redações que tinha mandado fazer na aula anterior. Quando chegou a minha vez, ele me chamou à parte e disse: “Sua redação está cheia de erros! Aqui está para você refazê-la!”. Eu tomei um grande susto e peguei a redação. Ao olhar vi que não tinha nenhuma nota, mas também não conseguia ver os erros, porque não estavam marcados. Então eu perguntei: “Cadê os erros?! E cadê a minha nota?!”. E ele falou: “Eu só vou lhe dar um 10 quando você tirar todas essas bolinhas que colocou em cima de cada letra i. Deve-se usar um pingo no i e não uma bolinha!”

Na nota de uma partitura.
No projeto de arquitetura.
Em toda teoria.
Em tudo que se inicia.
Todo bom começo tem um bom professor.
Tem um bom professor.

Como toda adolescente da época, eu havia aderido "à moda das bolinhas no i", porém, aprendi a lição e nunca mais usei as tais bolinhas!

SEM DÚVIDA ALGUMA, O ETERNO MESTRE PROFESSOR VICENTE FOI MEU GRANDE ALICERCE PARA O DOMÍNIO DA NOSSA LÍNGUA MATERNA!

 NA PRÓXIMA POSTAGEM OUTRA HOMENAGEM AO GRANDE MESTRE DE PALMÁCIA - PROFESSOR VICENTE DE PAULO SAMPAIO ROCHA, MEU PRIMO E MEU CUNHADO.

 Por

Iolanda